03 fevereiro 2009

A geração Y e o distúrbio de deficit de atenção

O Globo On de ontem ainda trazia esta matéria:

http://oglobo.globo.com/economia/seubolso/mat/2009/01/31/comeca-chegar-ao-mercado-turma-que-nao-conheceu-mundo-sem-internet-754222883.asp

Ela diz que "A capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo é uma das características desses jovens, que cresceram em meio à velocidade e enxurrada de informações da era digital."

Discordo fundamentalmente. Não, essa capacidade não é uma das características deles. Pelo que tenho constatado no ambiente de trabalho e como leitor dos textos dos outros, essa geração, que já nasceu com DDA, na verdade não consegue fazer sequer UMA tarefa ao mesmo tempo. Sai tudo errado.

"Nascidos a partir da metade dos anos 80, aprendem e se adaptam a novas situações com facilidade."

Aqui tenho outra discordância. Não, eles não se adaptam com facilidade. Eles não se adaptam, ponto. Ficam só te olhando e querem tudo pronto.

"Proporcionalmente, são mais ousados e criativos."

Ousados são, como todo adolescente. Criativos nunca. Aliás, é pior: não apenas imitam descaradamente como esperam que você os premie pela suposta criatividade. Questionados, reconhecem quem teve a idéia primeiro, bem como o fato de que sabiam disso, mas não admitem que estejam copiando!

Conheço uma moça que, embora seja da minha geração e não da Y, não conhece o conceito de criatividade. Ela tinha o estranho hábito de copiar textos dos outros e apresentá-los como próprios. Parecia julgar que, se trocasse o nome do Autor pelo dela, automàticamente o texto passaria a ser dela, como ela gostaria que tivesse sido. Certa vez, mostrei-lhe alguns desenhos de naves espaciais que eu havia feito. Respondeu-me elogiando e perguntando de onde eu os havia copiado. Mas não perguntou em tom de deboche, não: de boa fé, ela realmente acreditava que fosse impossível alguém criar alguma coisa; que, òbviamente, se alguém lhe mostra um desenho (bonito ou feio), é que necessariamente copiou de algum lugar. Imagino que seu cérebro fosse incapaz de alcançar o conceito de que alguém tinha que ter sido o primeiro. Senão, seria como esclareceu o sábio hindu: "it's turtles all the way down".

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Em outra nota, o governador do Illinois, Rod (ou Rob, as fontes divergem) Blagojevich, perdeu o cargo em razão da dificuldade de pronúncia de seu nome. A primeira-ministra da Islândia, Jóhanna Sigurðardóttir, mostrou-se preocupada por ser a próxima.

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Recém-lidos:
Runaround, conto de Isaac Asimov;
Superman #233 (janeiro de 1971), primeira história;
Superman #247 (janeiro de 1972), primeira história;
Batman #250 (julho de 1973), terceira história;
Batman #251 (setembro de 1973).

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