05 fevereiro 2008

... E às vezes ele acordava no meio da madrugada,

o quarto escuro a sua volta, angustiado, claustrofòbicamente oprimido pela compressão das paredes. E sentia um aperto sobre o peito e o medo da morte e não conseguia gritar, e queria acordar do pesadelo mas não podia porque já estava acordado. Essa era a realidade, finita diante do infinito, e seus dias se aproximavam do fim a cada segundo que passava, e nada havia realizado. Nem mesmo sua pequena esposa, dormindo a seu lado, poderia compreender a angústia. Acordando, poderia confortá-lo e poderia compadecer-se em solidariedade, e sua voz, tão doce, poderia tranqüilizá-lo ao fazê-lo sentir que não estava sòzinho, mas não poderia afastar o desespero.

Acrescentado cerca de duas horas depois:
Existe premonição ao contrário? Eu tinha acabado de escrever isso quando me deparei com esta notícia. Verifique a parte que vem depois dos asteriscos.

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