Em 2001, o livro, Arthur Clarke propõe um exercício de imaginação: suponha que você fosse um computador ciente da própria identidade, com uma mente treinada e que nunca dormiu. Confrontado com a possibilidade de desligamento, qual seria sua reação? Através das especulações de Bowman, ele traz duas respostas. Uma é o pânico. Hal estaria demonstrando pânico ao tentar argumentar com Dave (o que, aliás, parece-me patente no filme). Outra é que o pânico se torna compreensível quando percebemos que Hal não sabia o que era ser desligado, já que nunca o fora. Seu medo era o medo da morte. Então, ele estava agindo em uma autodefesa fundada em um temor genuíno, não fingido.
Lembrei-me disso porque estou ouvindo Perfect Sense, parte I, do Rogério das Águas, que, ao menos nesta versão ao vivo (não sei como é a original), vem com uma gravação do Hal, "stop, Dave. I can feel my mind... going... there is no question about it...", completa com a respiração do astronauta. Toda vez que ouço, choca-me.
08 novembro 2006
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